Se soubesse ao certo Onde deve cair A estrela cadente Que risca o céu Deixando o brilho Das outras estrelas Tão estáticas Numa vitrine Iria buscar No pouso Esse olhar De outro mundo Mundo de sonhos
De que lugar vem Que não abandona No vento aterrissa A folha ainda verde Será que basta pousar Virar misturar no chão E sentir nos pés o desejo O que não esqueço Tenho a dor da saudade Como estrela amiga Desse deserto escolho Numa constelação Um silêncio na boca
Meus pais me ensinaram Que não existe moleza Nem preguiça na vida Que tudo vem Da semente Que nasce No pensamento Jorrando nas palavras Vem o caminho Que se torna Uma árvore Na busca sempre Raízes e frutos
Depois de um tempo A erosão ferrugem Sabem a diferença Como o marisco nas pedras Tem que desgarrar Sentir o vôo O mergulho A gaivota celebra O peixe entre as ondas Tem um olhar Onde vem A brisa do amor
É no pomar da vida Que vem a forma De amar além Das fronteiras E superfície Ilusão De águas paradas E correntezas furtivas Tornando a margem A ilha mais próxima E cada encontro Tem o sabor da fruta Que se apresenta E une o coração Muitas vidas
Como alguém É capaz De tocar As estrelas Ser o mar E no sentimento Ondas Como alguém Consegue Atingir O infinito De que somos feitos Poeira no tempo Viramos pegadas Como alguém
O arrepio Dar o sinal O encaixe Uma dança De olhares Em silêncio Na distância Que não deixa De ser junto O coração De um abraço Que vem vindo Atravessando Paredes janelas O espelho Não entende De onde vem O reflexo Do amor
Foi pra descolar Tirar do retrato Sair do quadro Não ser parede Tingir de vida Dar cor sabor Cheiro de saudade Quando deixei De fingir Que voar É brincar Nas ondas Meus pés Juntos Aos seus Na areia Molhada Mimos do coração
Os lábios seguram A língua inquieta Palavras desertas Namoram o silêncio O mordomo assume A culpa no olhar De quem tem O propósito De amar e lembrar Que o pensamento É um vento Querendo furacão De longe Me sinto Em casa Aguardando
A fruta vive perdendo O sabor no galho É quando Eu penduro O sonho Quem sabe Amadureça A fome Que sinto Invadir O coração Indomável Na espera Fico no mar Que crio Na poesia
De um vale Vem o suspiro Alcanço As nuvens Só de olhar Uma curva Que é uma pintura Esperta no coração Lembra que nem tudo É preciso correr E sabe Do que mais Preciso Quando fico Em silêncio
De um pontinho No horizonte Um olhar Que se alegra Seja com nuvens Ou tão limpo De uma clareza Que faz o coração Surgir das estrelas Um brilho sincero De que nada Se repete Mesmo que pareçam Os dias nunca são Iguais
Páginas entreabertas Largo todos na mão Sentimento doido Que atravessa Cada momento Quero correr Na multidão Gritar bem No olhar Sorrir Pra quem Tem torcicolo E torce No assunto Que mistério É esse Que dar Tanto amor Dançando na vida
O castelo tem o luxo De esconder a ilusão Um desafio vestido De labirinto O muro não disfarça Distrai a vitrine Que sabe Onde encontrar A ponte elevadiça Mergulha no calabouço E da torre vejo Um olhar Rapunzel
Deixou de ser A mesma coisa Olhar pra xícara E não sentir O paladar Me debruçar Na manteiga No pão E ver A mistura Do sal Com o doce Fugir Não adiantou O roteiro É do amanhecer Sempre Quando penso em você
De um olhar assim Que não fantasia Sente o chão seco Sede na lembrança No cacto da vida O deserto se abre Feito feira livre Longe o oasis A criança sabe Como regar O que ainda Virar a ser Jardim
Nunca percebi Que tudo passa Atravessa Feito nuvens E o tanto faz Tem a direção Da bússola Animada De intenções Suspeitas De arriscar O momento É no avesso Que descubro A lenda simples De nascer Todo dia Outra pele
Pra fazer sentido tive Que sair da estante Tirar a poeira do tempo Abrir as cortinas Deixar o sol entrar Num namoro sincero Nas nuvens um olhar Distribuindo raios Lampejos desejos Um tesouro amontoado De detalhes na superfície Devora dando Água na boca
Debaixo da cachoeira Tem um pé De uma fruta Que só amadurece Em silêncio Sem as mãos Sinto o calor Que faz O peito Queimar E por mais Que eu diga O sabor Não sai Da boca A poesia Me dá Sede
A mudança Tem disso Novos olhares Paisagem de árvores Flores que caem A música suave Conhece os pés De quem dança Com amor Na vida O ritmo Está No coração
Joguei pro alto O medo de amar Descobri que o apego É o único caminho Pra se perceber O quanto mais Se quer Na vida E o tesouro É a tesoura Que todos Precisam E vem Quando soltamos O que vive Preso No coração
O que busco Nunca tive Não é Desse mundo Feito de tantos Espelhos Onde todos Querem Ser Uma caixa Uma fila De quem Tem pressa De ter E o ser Tem a admiração Da tartaruga O sorriso largo Está no por do sol Que te abocanha Toda vez Que ousa amar
Do susto levei A trajetória Fiquei Em orbita No desafio De mergulhar Feito águia Deixando a montanha E o ninho solitário Entre a máscara E a fantasia A música deixou Muito mais Que uma dança
As marcas Vão ficando E as trilhas Desembocam No delírio Das nuvens E no diz respeito Fico a vontade Levando coça Da prosa Pensando Ser crônica Quem sabe possa Ir de encontro Descobrir o colo Me aquecer Do frio Quando caio Da poesia
De que tenho medo Se a pedra quieta Tem o silêncio Da concha entreaberta Visão de pérola Ninguém nega O impossível vôo Do beija flor Não abandona O que bate No peito Em cheio No seio Descoberto Despindo O mistério
Olhei tentei Atravessar a vitrine O espaço vazio Da solidão infinita De quem queria O beijo desconhecido E o momento veio Em gotas De um oceano Entre as pedras O que antes Eram ondas Quando os dedos Se tocam Na química Vem o amor 😍
Olhei tentei Atravessar a vitrine O espaço vazio Da solidão infinita De quem queria O beijo desconhecido E o momento veio Em gotas De um oceano Entre as pedras O que antes Eram ondas Quando os dedos Se tocam Na química Vem o amor 😍
De que já fui capaz Atravessei a solidão Rompi com o passado Páginas obscuras Luz obscena Desvenda O segredo Do vestido Que parece Voar no vento No centro Do furacão Submerso Sem fronteiras
Tem gente Que machuca Os outros A canção Na memória Não perdoa Faz mudar O sentido Segredo Ferida Que namora A cicatriz O dia nasce Quando rasga A pele Do horizonte